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Morre Ozzy Osbourne: relembre histórico de saúde do pai do heavy metal



O cantor inglês Ozzy Osbourne faleceu nesta terça-feira aos 76 anos. Em um comunicado à imprensa, a família confirmou a morte. “É com mais tristeza do que as palavras podem expressar que anunciamos que o nosso amado Ozzy Osbourne faleceu nesta manhã. Ele estava com a família e cercado de amor.”

O texto pede ainda respeito à privacidade dos familiares neste momento delicado, e não revela a causa da morte. Há anos, contudo, o artista, que é considerado um dos pais do heavy metal, lidava com algumas condições de saúde, em especial a doença de Parkinson. Ele também teve covid e passou por cirurgias na coluna após acidentes.

Em seu último show, realizado há poucas semanas em Birmingham, Osbourne apresentava certa debilidade e se apresentou sentado. Mesmo assim, cantou diversas músicas, como os sucessos War Pigs e Iron Man, com a voz que o tornou mundialmente famoso.

Doença de Parkinson e suas complicações

Em 2020, Ozzy revelou ao mundo que havia sido diagnosticado com Parkinson, condição neurodegenerativa conhecida principalmente por causar tremores, mas cujas repercussões vão além disso.

“Na verdade, a lentidão é o sinal central da condição”, desmitificou o neurologista Rubens Gisbert Cury, coordenador do Departamento Científico de Transtornos do Movimento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), em entrevista à VEJA SAÚDE, que publicou recentemente uma extensa reportagem sobre os avanços no tratamento da doença.

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Dores musculares causadas pelas contrações involuntárias também estão entre as queixas dos portadores, assim como uma miríade de outas queixas. Entram na lista: perda parcial ou total do olfato, constipação, déficits de fala e redução das expressões faciais.

Com a progressão da doença, as limitações para mastigar e engolir alimentos (condição conhecida como disfagia) causam complicações como a desnutrição. A depressão também é uma comorbidade comum. Alguns estudos apontam que a prevalência do transtorno pode chegar a 70% dos pacientes com a doença neurodegenerativa.

Segundo estudo publicado em 2024 no periódico Neurology, o risco de desenvolver demência também aumenta com o diagnóstico de Parkinson. Nos primeiros 10 anos da doença, a probabilidade de desenvolver é de 27%; com 15 anos, 50%; e, após 20 anos convivendo com o Parkinson, o risco chega a 74%.

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Na verdade, há um tipo de déficit cognitivo especificamente ligado ao Parkinson, a demência associada à doença de Parkinson (DDP). Ela pode ocorrer em estágios mais avançados e se manifesta por alucinações visuais, confusão mental, raciocínio lento, irritabilidade, perda de memória e de concentração, entre outros sinais.

Doença de Parkinson pode levar à morte?

A progressão da doença varia. Alguns indivíduos vivem com a doença por décadas e morrem de outras causas.

Mas outros podem entrar em uma fase avançada, onde há sim o risco de morte, explica o neurocirurgião Murilo Martinez Marinho, membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e especialista em Parkinson.

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“Neste estágio, por exemplo, os problemas de deglutição levam a pneumonias de repetição. Já o equilíbrio prejudicado eleva o risco de quedas, que em idosos podem ter complicações fatais. Dentre outras coisas, a própria demência pode levar à perda de consciência e evoluir para o óbito”, explica Marinho.

Cirurgias na coluna e outros problemas

Em 2003, Ozzy sofreu um acidente de quadriciclo que afetou sua coluna e, em 2019, sofreu uma queda em casa que piorou a lesão e comprometeu de vez sua capacidade de locomoção. O cantor chegou a fazer diversas cirurgias, inclusive a colocação (e a remoção) de placas metálicas no pescoço, e afirmou que “os nervos de sua coluna estavam uma bagunça”.

Em 2022, o cantor contraiu covid-19, mas não há informações sobre a gravidade da infecção.

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