logo_siguesaude_site

Como cuidar de crianças com doenças complexas no inverno?



Em continuidade a estação de aumento das doenças virais, o risco de infecções nos meses frios se mantém quando há uma tendência das crianças a fazerem atividades indoor.

Porém, as férias são ótima oportunidade para tirá-los das telas, e fazê-los participarem de atividades ao ar livre, em colônias de férias ou viagens em família, por exemplo. Assim, é fundamental estarmos atentos também aos riscos não virais que podem impactar a saúde dos pequenos, em especial os que sofrem de doenças complexas.

O estímulo às atividades ao ar livre e em grupo favorece bastante o desenvolvimento emocional e social, ajudando na imunidade, fatores especialmente importantes em crianças que habitualmente ficam mais isoladas, quer por sua rotina de estudos, quer por sua limitação de condição de saúde.

Portanto, buscar equidade na participação de todos durante as brincadeiras pode ser extremamente saudável, tanto para as crianças mais quanto as menos saudáveis, incluindo até seus pais.

Iniciemos com o óbvio: ao ar livre, gasta-se mais energia, o que ajuda a criar hábitos que combatam a obesidade e doenças associadas futuras. Além disso, há um evidente risco de quedas, lesões musculares e até mesmo fraturas, inerentes ao tipo de diversão.

Continua após a publicidade

Claro que o caminho não é evitar as atividades, mas ter um cuidado extra, com proteções adequadas e principalmente avisando essas crianças (não habituadas) sobre os riscos identificados pelos adultos, antes de começar a brincar.

Por vezes essas orientações parecem óbvias, mas pais e mães ficariam abismados com a frequência que um pediatra vê no Pronto Socorro traumas evitáveis por simples orientação prévia!

Devemos também lembrar que crianças com neuropatia podem ter mobilidade reduzida, e consequente maior fragilidade, além de relatos de maior sensibilidade a dor no frio. Essa dor pode ser agravada por rigidez muscular com espasmos, e pela constrição dos vasos que ocorre em todos nós.

Continua após a publicidade

A mobilidade nos pacientes, dentro do limite que conseguem participar das brincadeiras, pode ajudar a evitar essa condição e é uma forma de cuidado.

No inverno, o ar fica mais seco e a poluição das grandes cidades aumentam seu impacto em crises alérgicas respiratórias e de pele.

Promover ambientes arejados, boa hidratação oral, umidificadores de ar e banho curtos com água morna (não quente) são ações preventivas fáceis de tomar. Algumas crianças com rinite, sinusite e asma de mais difícil compensação podem combinar com seu médico medicações de resgate, ou mesmo de uso contínuo durante esse período.

Continua após a publicidade

Outra situação de mudança da rotina nas férias são as viagens com a família. Essas sem dúvidas trazem os benefícios emocionais e sociais de modo ainda mais enriquecedor.

Aqui, preparo é a palavra-chave. Pois mudanças no clima, fusos horários e rotina podem afetar a saúde da criança. É essencial ter um plano de ação em caso de emergência, e atentar para mudanças de temperatura entre cidades, avião, esforço na duração de uma viagem… Crianças com fácil distúrbio hemodinâmico (cardiopatas, nefropatas, diabéticos de difícil controle, portadores de hiperplasia adrenal) podem ter sistemas cardiovasculares mais vulneráveis ao estresse causado por essas alterações.

No caso de crianças com doenças crônicas, lembrar de garantir acesso a seus medicamentos conforme sua rotina, ou adaptá-la com seu especialista antes de viajar.

Continua após a publicidade

Finalmente, um ponto que deve ser ressaltado são os casos de participação em colônias de férias. Nesses locais, não pode haver tabus em relação à orientação de saúde. O foco continua sendo aprender novas habilidades, no entanto, para aquelas com doenças complexas, é crucial que os monitores estejam cientes de suas condições e saibam como agir caso algo fuja do habitual.

Atividades que envolvem esforço físico intenso ou exposição prolongada ao frio devem ser evitadas ou ajustadas, patrocinando a inclusão.

Cuidar de crianças durante o inverno requer atenção redobrada. Ao planejar atividades e viagens, é crucial estar ciente também dos riscos não virais e tomar medidas preventivas para garantir a segurança e o bem-estar dos pequenos. Afinal, um inverno seguro é um inverno cheio de boas memórias.

Compartilhe essa matéria via:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ultimas

Newsletter