Opção saborosa para adicionar nutrientes à mesa dos brasileiros, a batata-doce é uma alternativa versátil à mesa justamente por sua dupla característica. Por um lado, pode entrar nas refeições como um substituto de outros carboidratos tradicionais; por outro, graças à doçura natural, também funciona em receitas que buscam outro perfil de sabor.
Mas, quando falamos da folha da batata-doce, a história é bem diferente. Considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC), ela pode entrar em preparados, mas não deve ser consumida crua. E aí surge a dúvida: será que o chá de folha de batata-doce pode ser uma maneira de aproveitar seus possíveis benefícios?
Veja o que a ciência diz.
O que há de bom na folha da batata-doce
A batata-doce mais comum que encontramos no mercado pertence à espécie Ipomoea batatas e, embora seja nativa de regiões equatoriais da América do Sul, conseguiu se espalhar com certa facilidade pelo mundo. Suas folhas efetivamente contam com uma série de benefícios em potencial, que incluem:
- Altos níveis de polifenóis, flavonoides e carotenoides;
- Ação antioxidante no organismo, protegendo contra radicais livres;
- Extratos obtidos a partir das folhas demonstram, em testes de laboratório, potenciais anticâncer, hepatoprotetores, anti-inflamatórios e até mesmo capazes de reduzir os níveis de glicose no sangue.
As folhas ainda contém minerais como magnésio, fósforo, potássio, cobre, ferro, manganês e zinco, vitaminas do complexo B, C e E, além de fibras alimentares.
No entanto, apesar da folha em si ter possíveis benefícios de interesse nutricional, nada é comprovado assim quando se pensa no chá feito com elas.
Poucas evidências a favor do chá
O “chá” de folha de batata-doce é feito a partir da decocção, um processo em que as folhas são fervidas na própria água enquanto ela é aquecida (diferente, por exemplo, da infusão, em que o produto é colocado na água já fervente).
Ocorre que, segundo estudos, esse é o método menos eficaz para aproveitar os benefícios da folha. A manutenção dos níveis mais elevados de polifenóis e compostos antioxidantes, por exemplo, é obtida através do cozimento a vapor, e com as folhas sendo ingeridas como uma PANC.
Quando se pensa em termos de extratos da folha de batata-doce, que podem obter compostos bioativos interessantes, aqueles utilizados em estudos são feitos a partir de produtos como acetona ou álcool. Há bem menos evidências sobre o quanto se mantém desses compostos quando falamos apenas da água utilizada na decocção.
Por ser pouco estudado, o chá de folha de batata-doce também não tem um perfil de segurança bem estabelecido. Não há uma dose ideal conhecida, e certas pessoas, como gestantes, devem evitá-lo. Na dúvida, ouça sempre um profissional de saúde, e lembre que os benefícios da folha, em geral, são obtidos pela alimentação.
Compartilhe essa matéria via: