Se a sua família tem histórico de problemas cardíacos, é bem provável que algum parente de mais idade já tenha comentado que um antepassado morreu como consequência do “coração grande”.
Conhecido tecnicamente como cardiomegalia, o aumento anormal do músculo cardíaco é um sintoma de outros problemas que afetam esse órgão. E, se antigamente muitas pessoas acabavam a vida sem um diagnóstico preciso, hoje isso não precisa mais acontecer.
Identificando cedo o bastante, é possível até fazer o coração voltar ao normal. O obstáculo é que a condição muitas vezes evolui de forma assintomática, tornando necessário incluir uma visita ao cardiologista em seus exames de rotina para descobrir essa situação antes que ela comece a ser percebida no dia a dia, algo que costuma acontecer quando o problema já se agravou.
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Como surge a cardiomegalia?
Em geral, o coração aumenta de tamanho, resultando em um quadro de cardiomegalia, quando há alguma causa de fundo que afete o seu funcionamento normal.
Problemas nas válvulas cardíacas, que prejudicam o fluxo adequado de sangue, ou a existência de um ataque cardíaco prévio no histórico da pessoa, podem levar a esse quadro. Até problemas mais corriqueiros, como a hipertensão, têm potencial para gerar cardiomegalia no longo prazo.
Mas nem sempre a causa tem relação direta com o coração. Infecções em outras partes do corpo também são um dos vários motivos que podem render um aumento indesejado do órgão. Cada caso precisa ser avaliado individualmente para entender os motivos.
Quais os sintomas da cardiomegalia?
É importante observar que muitos quadros de cardiomegalia evoluem de forma assintomática. As alterações podem evoluir por anos sem que a pessoa perceba que há algo errado.
Os sintomas geralmente aparecem quando o problema está mais avançado, e geralmente envolvem dor no peito e falta de ar, ocasionada pelo fluxo sanguíneo inadequado.
Sem que o problema seja sanado nos estágios iniciais, o paciente pode desenvolver uma insuficiência cardíaca, o que torna o tratamento mais complexo e piora os prognósticos.
Como a cardiomegalia é diagnosticada e tratada?
Como a cardiomegalia pode se desenvolver sem causar sintomas, existe uma chance de ela ser diagnosticada antes de apresentar seus primeiros sinais. Para isso, porém, é preciso realizar exames de rotina com um cardiologista, que poderá solicitar testes adicionais em caso de suspeita.
Um simples sopro percebido no estetoscópio, por exemplo, pode ser indício de problemas nas válvulas cardíacas, uma das causas do “coração grande”. Em qualquer cenário, o médico deverá pedir exames complementares, que incluem ecocardiograma e outros testes de imagem, como tomografia e ressonância magnética, conforme o caso.
O tratamento vai depender da causa de fundo, já que diversas condições cardíacas levam ao aumento do coração. Conforme o estágio e o problema original, podem ser empregados medicamentos ou procedimentos mais invasivos, que vão do cateterismo a cirurgias reparadoras. Casos mais graves, que não podem mais ser sanados com intervenções no órgão, podem exigir um transplante de coração.
Sem tratamento, doenças que levam ao aumento do coração tendem a progredir até levar à morte. Por isso, um diagnóstico precoce pode prevenir sintomas e complicações. Quanto mais cedo ocorre o diagnóstico, maiores as chances de sucesso no tratamento e de reversão no quadro de cardiomegalia.
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