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Polícia apreende Mounjaro falsificado em dois estados; conheça os riscos


Casos de apreensão de canetas emagrecedoras falsificadas, contrabandeadas ou vendidas de forma irregular têm se tornado recorrentes no Brasil.

Apelidadas de “Mounjaro do Paraguai” e vendidas a preços mais baixos do que a versão oficial do medicamento, elas não têm qualquer controle de qualidade nem garantia de que contenham o princípio ativo anunciado, expondo a população a riscos de saúde. Outra situação é a venda direta por médicos de versões manipuladas ou de procedência desconhecida do medicamento, que é protegido por patente.

Nos últimos dias, novos casos do tipo chegaram ao noticiário.

Em Goiás, a Polícia Civil desbaratou no final de semana um esquema que comercializava de forma irregular o Mounjaro, encontrando também medicamentos sem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), prendendo dois suspeitos em flagrante. O produto era comercializado, segundo a investigação, em grupos de mensagem.

Em Minas Gerais, na segunda-feira (13), a Polícia Militar Rodoviária Estadual apreendeu 236 ampolas avaliadas em R$ 300 mil que teriam sido adquiridas no Paraguai. Os frascos também diziam conter o medicamento à base de tirzepatida.

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Polícia Rodoviária mineira apreendeu mais de 200 ampolas de “Mounjaro do Paraguai” na última semana (Polícia Militar Rodoviária Estadual de Minas Gerais/Reprodução)
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Riscos à saúde

Apesar do destaque dado ao Mounjaro, que tem ganhado espaço no mercado de canetas emagrecedoras, o problema de vendas irregulares afeta também outros produtos do gênero. É o caso de produtos com semaglutida (Ozempic e Wegovy) ou liraglutida (Saxenda, Lirux e Olire), também usados no tratamento do diabetes.

O comércio irregular de canetas emagrecedoras expõe os brasileiros a uma série de riscos para a saúde.

Embora muitos compradores acreditem que se trata “apenas” de um contrabando do produto original, que seria vendido a um custo menor por conta da evasão fiscal, a verdade é que não existe qualquer garantia de que o “Mounjaro do Paraguai” (ou Ozempic, ou Wegovy etc.) efetivamente contenha o princípio ativo anunciado.

+Leia também: “Mounjaro do Paraguai”: entenda os riscos de canetas emagrecedoras sem regulamentação

Todo medicamento comercializado de forma irregular está sujeito a adulterações, que buscam driblar a falta de insumos ou reduzir ainda mais os custos de produção. Sem um controle adequado das agências fiscalizatórias, um produto adquirido fora da legalidade pode conter qualquer substância.

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Em alguns casos, a caneta simplesmente não fará o efeito esperado; em outros, mais graves, pode trazer toxinas e patógenos que levam a infecções ou outros problemas potencialmente fatais. Simplesmente não há garantias de que a caneta comprada no mercado paralelo traga o medicamento estampado no nome.

Vendas irregulares incluem até medicamentos sem aprovação

O comércio de canetas emagrecedoras falsificadas não se limita às marcas já conhecidas e disponíveis em farmácias: a falsificação utiliza até mesmo o nome de princípios ativos que ainda são alvo de estudos e não estão liberados para a comercialização nem mesmo no mercado regular.

No momento, o maior perigo diz respeito às falsificações de retatrutida, um medicamento que promete ser até mais poderoso do que o próprio Mounjaro. Mas, apesar de promissora, a molécula ainda não foi autorizada em nenhum país do mundo: a fase 3 dos ensaios clínicos, que busca avaliar a segurança e eficácia em grupos populacionais maiores e por períodos mais longos, segue em andamento, e só deve ser concluída em fevereiro de 2026.

Por isso, no momento, qualquer caneta prometendo conter retatrutida certamente é uma falsificação com outra substância dentro.

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Quem busca uma caneta emagrecedora deve fazer o uso desses medicamentos somente com prescrição médica e, mesmo pesando no bolso, deve buscar os produtos à venda no mercado regular, com a devida aprovação da Anvisa.

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