No início de julho, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão de um novo método contraceptivo no Sistema Único de Saúde (SUS): o implante subdérmico contraceptivo liberador de etonogestrel — ou, simplesmente, Implanon.
Apesar do nome complicado, o uso do Implanon é muito simples, seguro e eficaz. Trata-se de um dispositivo feito de plástico flexível, no formato de um bastão, com cerca de 4 centímetros de comprimento. Ele é aplicado sob a pele da mulher, na parte interna do braço, onde pode ficar por até três anos.
Nesse tempo todo, ele vai liberando lenta e continuamente na corrente sanguínea o etonogestrel, um hormônio semelhante à progesterona, que inibe a ovulação e espessa o muco cervical — tudo para impedir que o espermatozoide chegue ao óvulo.
O método é bastante e eficaz: a chance de alguém engravidar enquanto usa ele é de apenas 0,1%.
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Além disso, é também considerado uma opção segura, sendo contraindicado apenas para mulheres que tem histórico de trombose, doenças hepática grave, câncer dependente de progestagênios e sangramentos vaginais de origem desconhecida.
Esta é a mais nova opção contraceptiva a ser oferecida de forma gratuita à população, mas existem também muitas outras que estão disponíveis no SUS.
A seguir, confira os métodos que já estão no sistema público e discuta com o seu médico qual é a melhor alternativa para você.
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1. Preservativos internos
A camisinha feminina, assim como a masculina (também chamada de preservativo externo), é distribuída gratuitamente em unidades de saúde e outros locais de ampla circulação, como estações de trem metrô e terminais de ônibus.
Os preservativos são os únicos métodos que protegem, ao mesmo tempo, de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez não planejada. Por isso, a recomendação é que sempre sejam usados nas relações sexuais.
Se usado de forma correta e consistente, apenas 5 a cada 100 mulheres podem engravidar com o método.
2. Anticoncepcional oral combinado
É a pílula anticoncepcional clássica, que combina hormônios de estrogênio e progestagênio para inibir a ovulação. As mudanças hormonais também modificam, por exemplo, o muco cervical para dificultar que os espermatozoides circulem e sobrevivam no sistema reprodutor feminino.
Usado de maneira correta, a chance de engravidar usando o método é de apenas 0,3%.
3. Pílula de progestagênio isolado (ou minipílula)
Também chamada de minipílula, ela tem a mesma ação e taxa de falha que o anticoncepcional oral combinado, mas contém apenas o progestágeno, que é o hormônio responsável por bloquear a ovulação. É indicada para mulheres que querem ou precisam evitar o uso de estrogênios, que estão mais associados a ocorrência de eventos cardiovasculares, como trombose.
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4. Anticoncepcional injetável combinado (mensal)
Assim como a pílula oral combinada, esse contraceptivo reúne um progestagênio e um estrogênio para bloquear a ovulação. A principal vantagem é que uma única dose é capaz por evitar gravidez durante um mês todo. A taxa de falha é de 0,05%.
5. Anticoncepcional injetável de progestagênio (trimestral)
O injetável de progestagênio é absorvido pelo corpo de forma mais lenta do que o injetável combinado. Por isso, ele pode ser aplicado a cada três meses. O risco de engravidar com o método é de 0,2%.
6. Contracepção oral de emergência (pílula do dia seguinte)
A pílula do dia seguinte é de uso pontual e deve ser ingerida em até 72 horas após o sexo desprotegido. Quanto antes tomar, maior a eficácia. Não é necessário esperar o dia seguinte à relação para ingeri-la.
Ela evita gravidez ao atrasar a liberação dos óvulos e sua taxa de falha, quando tomada nas primeiras 24 horas, é de apenas 1%. Até 72 horas, há 5% de risco de gravidez.
7. DIU de cobre
O dispositivo intrauterino (DIU) de cobre é inserido pelo colo uterino e posicionado no útero, onde pode ficar por um período de até 10 anos. Ele libera íons que dificultam a movimentação do espermatozoide até o óvulo, impedindo a gestação. A taxa de falha é de 0,6%.
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8. Implante subdérmico
É o Implanon, implante hormonal que é inserido sob a pele para que libere hormônios de forma lenta e contínua, impedindo a ovulação. O risco de gravidez com o uso do implante é de 0,1%.
9. Laqueadura tubária
A esterilização feminina, também chamada de ligadura das trompas, consiste num procedimento cirúrgico que obstrui ou corta as trompas de Falópio, que interligam o ovário ao útero. Com essa passagem bloqueada, o espermatozoide não consegue chegar ao óvulo.
Mulheres que optam pela cirurgia tem 0,5% de chance de engravidar.
Como obter acesso a anticoncepcionais no SUS?
Para escolher o melhor método contraceptivo e recebê-lo ou aplicá-lo pelo SUS, você deve passar por uma consulta na unidade básica de saúde (UBS) mais próxima. É o principal serviço responsável e capacitado para orientar o planejamento familiar da população.
No caso do Implanon, o método deve demorar alguns meses para efetivamente ser encontrado no sistema público.
“A partir da publicação [da portaria que oficializa a inclusão do implanon no SUS], as áreas técnicas da pasta [da Saúde] terão 180 dias para efetivar a oferta, o que envolve etapas como atualização das diretrizes clínicas, aquisição e distribuição do insumo, capacitação e habilitação de profissionais, entre outras ações”, explica o ministério em nota oficial.
Para homens
A contracepção não é uma tarefa exclusivamente feminina. Para os companheiros, preservativos masculinos são distribuídos gratuitamente pelo SUS e a vasectomia também é uma opção. Não há pílulas ou injeções anticoncepcionais desenvolvidas e aprovadas para eles — apesar dos cientistas as estudarem há décadas.
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