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Transtorno de personalidade borderline: o que é, quais são os sintomas e o tratamento



Instabilidade de humor, impulsividade, distorções da percepção da realidade e dificuldade nos relacionamentos. Essas são algumas das experiências desafiadoras na rotina de uma pessoa que vive com o transtorno de personalidade borderline.

Estima-se que a condição atinja 1,8% da população global. Embora relativamente comum, o transtorno ainda desperta uma série de dúvidas até mesmo entre profissionais de saúde.

O diagnóstico adequado, o acompanhamento por uma equipe multiprofissional e o tratamento são escalas fundamentais para amenizar os sintomas, reduzir crises e aumentar a qualidade de vida.

Um dos principais entraves enfrentados pelos pacientes é o estigma. O preconceito em torno de qualquer doença é nocivo, isola os indivíduos afetados e colabora para a disseminação de mitos e desinformação.

A seguir, conheça em detalhes as características do transtorno de personalidade borderline.

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O que é o transtorno de personalidade borderline?

O transtorno de personalidade borderline é uma condição psiquiátrica associada a sintomas como instabilidade de humor, impulsividade, emoções intensas e agressividade.

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Além disso, o problema mexe bastante com a cabeça. Um exemplo é que ele afeta a forma como a pessoa se vê e percebe os outros à sua volta. Destaca-se também a sensação e medo intenso de ser abandonado.

Em conjunto, essas manifestações afetam diversas áreas da vida, como relacionamentos afetivos, rotina de trabalho e convívio familiar.

No que diz respeito às causas, acredita-se que haja uma combinação de questões genéticas e fatores ambientais. No entanto, as motivações para o transtorno ainda não foram, de fato, elucidadas pela ciência.

Como é feito o diagnóstico?

O conhecimento escasso de boa parte dos profissionais de saúde sobre as formas de apresentação do borderline leva a atrasos no diagnóstico. Nesse cenário, é comum que os indivíduos façam um périplo de consulta em consulta até a identificação correta.

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A confirmação é realizada de maneira clínica, ou seja, a partir de avaliação médica e descrição dos sintomas pelo paciente. Vale destacar que não são utilizados exames laboratoriais ou de imagem nesse processo.

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Qual a diferença entre borderline e transtorno de bipolaridade?

O borderline e a bipolaridade apresentam sintomas semelhantes, como alterações de humor, irritabilidade e sinais depressivos, mas são condições distintas. O primeiro é um transtorno de personalidade, o segundo um transtorno de humor.

A bipolaridade é uma doença cíclica, que ocorre em episódios que podem durar semanas ou meses, como explica o médico psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“Para o indivíduo ser diagnosticado, ele precisa ter ao menos um episódio depressivo ao longo da vida que dure duas semanas, com tristeza, perda de vontade e de prazer, alterações de sono e apetite, cansaço e fadiga, mudança de peso, pensamentos mais negativos e de morte”, comenta Okuda.

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Mas não é só isso, pontua o psiquiatra.

“A pessoa precisa apresentar um episódio maníaco ao longo da vida, que tem a duração de pelo menos uma semana. Consiste em um período de humor muito mais elevado, aumento de energia, autoestima mais inflada, redução da necessidade de sono. O indivíduo fica muito mais ativo, fala mais do que o normal e com velocidade aumentada”, prossegue o médico.

Após o ciclo, o funcionamento da mente tende a voltar à normalidade, possibilitando a realização de atividades cotidianas sem crises de humor.

O borderline, por sua vez, é caracterizado por uma instabilidade nas relações interpessoais e com a autoimagem, como mencionado anteriormente.

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“Há uma impulsividade muito mais acentuada e de forma contínua, não episódica. É um indivíduo que tem um sentimento crônico ao longo da vida, de uma sensação de vazio, mal estar contínuo, medo ou receio de abandono”, resume Okuda.

Como é feito o tratamento de borderline?

A partir de um diagnóstico preciso, o paciente conta com diferentes linhas de tratamento. A definição da melhor estratégia é feita pelo médico, com base nas características do transtorno em cada paciente.

Considerando a complexidade do quadro, pode ser necessário incluir outras especialidades ao time além dos médicos. Para cobrir as diversas chagas deixadas pelo transtorno, é relevante contar também com o apoio de psicólogos, psiquiatras, fisioterapeutas e assistentes sociais, ou seja, uma equipe multiprofissional.

Em geral, a terapia cognitivo comportamental (TCC) é recomendada. No caso de medicamentos, o uso é pontual e de acordo com a indicação médica.

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