logo_siguesaude_site

4 dicas “tóxicas” das redes sociais para emagrecer e por que fugir delas



Hoje, basta ter um celular com acesso a internet para gravar vídeos com diversas afirmações sobre saúde: relatos pessoais, verdades científicas e, claro, fake news. Infelizmente, grande parte do conteúdo sobre saúde e alimentação propagado nas redes não é verdadeiro.

Nesse contexto, um estudo de 2022, feito pela Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, resolveu analisar mais de 1 000 vídeos sobre o sobre nutrição, comida e peso, alguns com bilhões de visualizações.

Ele concluiu que meninas brancas jovens e sem formação são as que mais postam sobre os temas, sendo os tópicos mais comentados a glorificação do emagrecimento e a comida com a única finalidade de alcançar magreza.

Dietas extremas, jejuns prolongados e restrição calórica severa estavam na maioria dos vídeos. O estudo também destacou que há uma falta de vozes de especialistas fornecendo informações nutricionais confiáveis.

Não à toa, a China acabou de determinar que influenciadores e streamers que desejam abordar temas profissionais, como medicina, direito, finanças e educação, precisam cumprir regras rígidas de qualificação, possuindo formação acadêmica ou certificações profissionais adequadas para falar sobre esses assuntos.

No Brasil, a regulamentação das redes ainda está bem atrás, por isso é preciso bom senso. Na infodemia — a epidemia de informações em circulação, muitas delas falsas —, realmente podemos ficar perdidos.

As dicas “tóxicas” no TikTok 

Na rede de vídeos curtos, pipocam vídeos com pessoas contando que emagreceram de formas inusitadas ou radicais. Ou mesmo pedindo dicas “tóxicas” para perder peso rápido.

Continua após a publicidade

Esses conteúdos são comentados por inúmeros perfis que compartilham outras dicas sem embasamento científico, potencialmente perigosas ou sabidamente ineficazes.

São conselhos como fazer apenas uma refeição por dia, adotar uma dieta carnívora e tomar medicamentos ou suplementos.

Confira, a seguir, 4 dicas para emagrecer disseminadas pelas redes que, na verdade, são informações falsas.

+Leia Também: Cozinhe pelo seu bem: entenda como esse hábito pode salvar sua saúde

Dieta do ovo

Esse ficou bem popular por conta da influenciadora Virginia, que afirmou comer 20 ovos por dia para emagrecer, após a gestação do seu último filho.

A ideia é só se ingerir esse alimento durante o dia, juntamente com água.

Continua após a publicidade

De fato, o ovo não é vilão e é um alimento completo, porque é rico em proteínas de alto valor biológico, entrega vitaminas e minerais, além de ofertar colina, substância que contribui para a memória e a cognição.

Aliás, um estudo publicado no periódico Heart, em cima de dados de meio milhão de chineses acompanhados ao longo de nove anos, constatou que quem consumia um ovo por dia encarava um menor risco de ter ataque cardíaco ou derrame.

Mas, tudo em excesso faz mal. Consumir só ovo significa abrir mão de outros nutrientes importantes, como fibras, presentes em vegetais, outras vitaminas e minerais, contidos nas frutas, além da redução drástica de carboidratos, essenciais para a manutenção da energia e disposição diária.

A pessoa pode até perder peso, principalmente se vier de uma dieta ruim antes, mas ela pode também sofrer com deficiências nutricionais sérias. 2 a 3 ovos por dia são super recomendados. 5 a 10, não. Ainda mais quando você deixa de ingerir outros alimentos para comer só ovos.

+Leia Também: Tribunal da comida: como a ciência julga leite, trigo, açúcar e ovo

Cortar glúten e lactose

Esses alimentos não são inflamatórios para a população geral. Eles só prejudicam quem tem intolerância ou alergia, condições de saúde sérias.

Continua após a publicidade

A lactose nada mais é que o açúcar do leite. Se você não tiver nenhum problema, ela é tolerada e degradada normalmente. Excluir a lactose do cardápio só fará você pagar mais nos alimentos, sem nenhum benefício.

Já o glúten nada mais é que a combinação de duas classes de proteínas bastante comuns em cereais como trigo, cevada e centeio. Ele que confere uma textura macia e fofa a alimentos como bolos e pães.

E há um detalhe: diversos produtos sem glúten são mais calóricos que os convencionais, porque é preciso aumentar a quantia de outros ingredientes para substituí-lo. Ou seja, podar o glúten por modismo pode acabar virando um tiro no pé para quem busca emagrecimento.

+Leia Também: Leite cru: vantagem natural ou mito perigoso?

Tomar água com sal integral

Talvez você já tenha visto algum vídeo de supostos profissionais da saúde afirmando que o sal refinado é veneno e que o sal integral salva, já que tem mais de 80 minerais que fazem bem para a saúde.

Eles também alegam que tomar água com sal integral todo dia melhora as dores no corpo, aumentar a disposição e, pasme, regula até a pressão arterial.

Continua após a publicidade

Nada disso é verdade. Não existe nenhum estudo sério que associe benefícios à saúde da água com sal, seja ele qual for.

O fato é que o brasileiro sofre com excesso desse condimento, não o contrário. De acordo com uma pesquisa da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) de 2019, nossa população consome cerca de 9,34 g de sal por dia, quase o dobro do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de até 5 g por dia.

O excesso de sal está diretamente relacionado a um aumento da pressão, o que pode levar a hipertensão arterial. Reduzir esse ingrediente, segundo a Sociedade Europeia de Cardiologia, não apenas diminui a pressão arterial e a incidência de hipertensão, mas também está associado a uma redução na morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares.

+Leia Também: Controle do colesterol agora está mais rígido. Veja as novas metas para proteger o coração

Usar suplementos, remédios manipulados ou até falsificados para emagrecer

Suplementos e teóricos inibidores de apetite natural não faltam em lojinhas dentro das redes sociais. Tem até supostos Ozempic  natural. Diversas garotas magras afirmam que conseguiram um corpo padrão usando esses produtos, o que, de forma geral, não é verdade.

A coisa se complica mais quando entra a recomendação banalizada de manipulados para emagrecer, principalmente derivados de medicamentos como Mounjaro e WeGovy.

Continua após a publicidade

O problema é grave: nos EUA, Ozempic manipulado causou 12 mortes e 144 hospitalizações.

O FDA (Anvisa dos Estados Unidos) documentou problemas graves em versões alternativas ou manipuladas, com doses superiores ou inferiores às recomendadas, contaminações e substituição por outros compostos.

No Brasil, a venda de versões manipuladas das canetas emagrecedoras corre solta nos consultórios médicos. Há profissionais ainda que oferecem ilegalmente a retatrutida, droga ainda está em estudos que não foi aprovada em nenhum país do mundo. Tem gente até indo ao Paraguai comprar versões “alternativas” do Mounjaro.

Em nota conjunta, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso) alertaram para o perigo do uso dessas medicações, que não passam por nenhuma verificação de segurança.

Não coloque sua vida em risco. Para melhorar sua composição corporal e melhorar sua saúde, busque um nutricionista.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ultimas

Newsletter