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“Gripe K” chega à América Latina: o que é a doença e qual o risco no Brasil?



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Uma nova variante do vírus influenza, que vem sendo apelidada de “gripe K”, vem causando alerta em autoridades sanitárias globais e teve seu primeiro caso registrado na América Latina na última sexta-feira (12). Trata-se do vírus A H3N2, subclado K, que já é responsável por metade dos casos de gripe sequenciados na Europa desde maio, e pode também se tornar uma preocupação por aqui.

Apesar de ser apresentado como um tipo “novo”, a gripe K não parece se diferenciar tanto assim de outras infecções causadas pelo H3N2, um vírus que circula sazonalmente pelo mundo desde o final dos anos 1960. Veja o que já se sabe sobre a gripe K, como se proteger e quais as perspectivas de ela desembarcar no Brasil.

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O que exatamente é a gripe K? Ela é mais agressiva?

A gripe K é a infecção causada pelo vírus influenza A H3N2 do subclado K, que anteriormente era conhecido como J.2.4.1. Em linhas gerais, ele se diferencia pouco de outros vírus H3N2 já vistos anteriormente, mas conta com algumas mutações que fazem parte da sazonalidade viral, o que pode contribuir para que ele escape à proteção conferida por anticorpos já existentes (seja por infecções prévias ou pela vacinação).

Pelas informações disponíveis até o momento, o subclado K não parece ser mais virulento ou causar infecções mais graves do que as provocadas por outras variantes do H3N2.

No entanto, temporadas de gripe em que o H3N2 é o tipo dominante de vírus costumam ser mais severas do que aquelas nas quais predominam outros tipos de influenza A (como o H1N1) ou influenza B. Em anos assim, há mais infecções e hospitalizações sobretudo entre idosos.

A vacina protege contra a gripe K?

A vacina contra a gripe é desenvolvida anualmente com base nos tipos de influenza predominantes da temporada anterior. O imunizante aplicado neste ano no Brasil conta, sim, com proteção contra um tipo de H3N2, mas ele não é exatamente igual ao subclado K agora em circulação.

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Ainda não há dados suficientes para afirmar se o vírus da gripe K escapa de forma significativa à proteção conferida pela vacina. Mas, mesmo que haja uma redução da eficácia contra essa variante específica, especialistas seguem recomendando fortemente a vacinação: ela protege contra outros tipos de influenza que seguem coexistindo com a gripe K e também podem causar encrencas.

Como se prevenir

A orientação para se proteger da gripe K não muda em relação a outros tipos de gripe e infecções respiratórias em geral. Evite contato próximo com pessoas doentes, use máscara em locais de aglomeração quando houver circulação confirmada do vírus e, sempre que possível, tente se isolar para não passar a doença caso tenha a infecção confirmada. Permanece a recomendação de buscar as vacinas da temporada contra o influenza.

Em geral, infecções pela gripe K são autolimitadas, como ocorre com outros tipos de influenza. Isso significa que, na maioria das pessoas, o próprio corpo tende a combater a doença em alguns dias, sem auxílio de medicamentos antivirais.

No entanto, idosos, crianças e pessoas com algum comprometimento imunológico estão em risco maior de desenvolver complicações sérias e potencialmente fatais, como uma pneumonia. Nesses casos, o atendimento hospitalar é fundamental. Busque sempre orientação médica diante de sinais de agravamento, como febre alta e dificuldade respiratória acentuada.

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Existe risco da gripe K chegar ao Brasil?

A gripe K já foi registrada em todos os continentes e, no final da última semana, teve também seu primeiro caso confirmado na América Latina, com a chegada ao México (antes, já havia contágios identificados no Canadá e nos Estados Unidos).

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) emitiu um alerta epidemiológico para toda a região no começo de dezembro, instando os países a estabelecerem planos para lidar com uma eventual alta de contágios que pode sobrecarregar seus sistemas de saúde.

Mantida a tendência vista com o influenza no passado, o mais provável é que a gripe K também venha a desembarcar por aqui, mas ainda não há casos confirmados no Brasil. O país, porém, já tem 6,5 mil contágios confirmados por outras variantes do H3N2 em 2025.

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